Em um cenário econômico marcado por desafios crescentes, entender o funcionamento do crédito e aprender a utilizá-lo de forma responsável pode ser a chave para manter o bem-estar financeiro e realizar sonhos sem cair em armadilhas.
Em setembro de 2025, o estoque de crédito ao consumidor alcançou R$ 4,25 trilhões, enquanto o saldo total das operações de crédito no país ultrapassou R$ 6,844 trilhões, registrando a maior alta mensal do ano, com crescimento de 1,1% em relação a agosto.
Nos últimos 12 meses, o estoque geral cresceu 10,1%, dividido entre 8,7% em recursos livres e 12% em recursos direcionados, demonstrando o dinamismo do mercado e a preferência por linhas subsidiadas.
Esses números refletem tanto a necessidade de alavancar o consumo quanto o apetite por investimentos pessoais, seja para aquisição de bens duráveis ou para ajustes no orçamento familiar.
A demanda por crédito aumentou 6,5% em maio de 2025 em comparação ao ano anterior, mostrando uma busca mais intensa por financiamento em todas as faixas de renda. Destacam-se:
O fenômeno não se limita a emergências; muitos consumidores veem o crédito como instrumento para manter ou elevar seu padrão de vida, financiando reformas, cursos e até viagens.
Surpreendentemente, 69% dos consumidores da Geração Z planejam buscar empréstimos ou crédito até o fim de 2025, reforçando o papel dessa faixa etária como target de fintechs e bancos digitais.
Diante da inflação projetada entre 4,99% e 5,08%, somada a uma taxa média de juros elevada de 36,2% ao ano para pessoas físicas (58,2% em crédito livre), recorrer ao crédito virou estratégia quase inevitável para equilibrar contas.
O rotativo do cartão de crédito chega a 443,3% ao ano, uma das taxas mais altas do mundo, pressionando famílias a buscarem alternativas de parcelamento ou renegociação.
Embora o uso intensificado do crédito proporcione alívio imediato no orçamento, ele também aumenta o risco de endividamento e de inadimplência futura, especialmente se as taxas de juros não recuarem conforme o esperado.
Em março de 2025, a dívida das famílias correspondia a 36,6% do PIB, enquanto o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 10,6% no primeiro semestre, sinalizando uma postura mais cautelosa diante de promoções e ofertas agressivas.
Adotar uma postura crítica e planejada é fundamental para não transformar o crédito em um problema a longo prazo. Algumas dicas essenciais:
Além disso, é importante entender o conceito de prevenção de endividamento futuro, definindo limites de crédito compatíveis com a renda disponível e destinando parte do orçamento para uma reserva de emergência.
O aumento do crédito foi quase unânime no país, com alta em 24 dos 27 estados. Tocantins liderou com 32,5%, seguido por Amazonas (19,8%) e Rio Grande do Sul (17,6%). O Distrito Federal foi exceção, apresentando queda de 10,6%.
Esse cenário mostra tanto a expansão do acesso nas regiões menos atendidas quanto a maturidade adquirida por consumidores em centros maiores, que buscam crédito com mais cautela.
Para muitos brasileiros, o crédito não é apenas um alívio emergencial, mas também uma ferramenta de inclusão financeira, permitindo investimentos em educação, saúde e pequenos negócios.
Com expectativa de redução gradual da Selic para 15% ao ano e crescimento econômico moderado de 2,4% do PIB em 2025, o ambiente se mostra promissor para um crédito mais responsável.
Startups de fintech e bancos digitais têm oferecido produtos personalizados, taxas competitivas e processos simplificados, atraindo especialmente jovens e pessoas com acesso limitado aos bancos tradicionais.
Espera-se que, com maior competição e clareza nas informações, o consumidor brasileiro se torne ainda mais preparado para distinguir boas oportunidades de armadilhas financeiras.
O crédito ao consumidor pode ser um aliado poderoso quando usado de forma planejada e informada. Conhecer taxas, prazos e condições, além de praticar o consumo consciente e crítico, é a melhor maneira de aproveitar seus benefícios sem correr riscos desnecessários.
Em um mercado cada vez mais competitivo, o consumidor que se educa financeiramente e acompanha o cenário econômico estará sempre um passo à frente, garantindo segurança e tranquilidade para realizar seus objetivos.
Referências